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As alergias aumentam

Alergia é o resultado de uma desregulação do sistema imunitário que leva à perca de tolerância face a substâncias que à priori seriam inofensivas (os alérgenos).

Nessa perca de tolerância o sistema imunitário irá reconhecer essa substância como estranha e potencialmente prejudicial e, em consequência, irá desencadear uma reação (reação alérgica) que se pode expressar em vários órgãos e sistemas e ter graus de gravidade diferentes (de ligeiros até fatais).

A alergia tornou-se uma doença muito prevalente na vida moderna, afetando uma em cada três pessoas em todo o mundo, existindo estudos e projeções que apontam que em 2050 uma em cada duas pessoas serão alérgicas.

Quanto mais cedo detetar se é alérgico, melhor será o seu prognóstico.

O porquê deste aumento?

A forte componente genética da doença alérgica poderia explicar este aumento, mas só em parte, pois o aumento que se tem verificado tem sido demasiado rápido para ser compreendido apenas por essa componente.

Para além da componente genética existe a epigenética, e o que é a epigenética? cada uma das nossas células contém todo o nosso património genético (46 cromossomas herdados dos nossos progenitores), existindo aproximadamente 25.000 genes. Apesar de todas as nossas células conterem a mesma informação, nem todas fazem o mesmo uso dessa informação (uma célula da pele é completamente diferente de uma célula do fígado, do coração ou de um neurónio) e todas com funções diferentes.

A genética é a escritura dos genes, a epigenética é a sua leitura

Assim os nossos genes podem ser modificados por componentes ligados ao ambiente, como o aquecimento global, o qual levou a um prolongamento dos períodos de polinização, um aumento da quantidade de pólenes e também a pólenes com maior conteúdo alergénico (portanto capazes de provocar mais alergia). A poluição atmosférica, nomeadamente o ozono e as partículas diesel também teriam responsabilidades no aumento da frequência da alergia aos pólenes.

Por outro lado, as modificações dos ambientes interiores (nossas casa e locais de trabalho) os regimes alimentares, a multiplicação das medicações e a melhoria das condições de higiene (excesso de higiene), poderiam contribuir para este aumento.

Excesso de higiene? Sim, muitos estudos demonstram uma menor expressão de alergias nas pessoas com mais infeções de repetição, nomeadamente respiratórias.

Checkup Alergológico

Para responder à necessidade de deteção das alergias o mais precocemente possível, o ICA – Instituto Clínico de Alergologia, desenhou o check-up alergológico, o qual pretende ser o primeiro passo no diagnóstico de uma situação alérgica.

Os Alérgenos

Existem vários grupos de alérgenos:

Os pneumoalérgenos

Assim se chamam porque penetram nos organismos pelas vias aéreas (respiratórias). Os mais frequentes são os ácaros, os pólenes, os fungos.

Os trofoalergenos

São os alérgenos que penetram no nosso organismo por ingestão (via alimentar). Todos os alimentos podem provocar alergias, mas globalmente os mais prevalentes são o leite de vaca, os ovos e o amendoim (variações importantes existem de acordo com os hábitos alimentares) e em muitas populações a importância dos frutos do mar, o sésamo, os frutos secos de casca dura (como a noz e a avelã), os frutos e os legumes (aipo, kiwi, etc.).

Importante também ter em consideração as síndromes de cruzamento entre pólenes e frutos, por exemplo pessoas sensíveis à bétula podem sofrer de alergia às rosáceas (maçã, pêssego, cerejas, amêndoa, ameixas, etc.)

As alergias de contacto

Brincos, botões de calças em metal, fechos éclair, armações de óculos em metal, brincos de fantasia, e muitos outros acessórios podem conter níquel ou crómio e provocarem alergias. Mas também alergias a outros produtos de cosmética, perfumes e tintas de cabelo.

Alergia ao latex

O «latex» está na composição de muitos produtos que fazem parte das nossas vidas, como luvas, preservativos, brinquedos e material médico. A alergia a esta substância revela-se mais importante nas pessoas expostas, como enfermeiros, cirurgiões, pessoas que foram submetidas a várias intervenções cirúrgicas (como crianças com espinha bífida).

Cerca de 1/3 das pessoas alérgicas ao latex também podem ter alergias cruzadas (latex-alimentos) sendo um exemplo a alergia concomitante à banana, à pera abacate, ao kiwi, à castanha, ao tomate e muitos outros.

Alergia a venenos

As reações à picada de insetos podem ocorrer de diferentes maneiras e terem várias expressões clínicas segundo o tipo de inseto mordedor:

Insetos hematófagos. Injetam substâncias que liquefazem o sangue tornando-a mais líquido e assim atrasam o processo normal da coagulação (mosquitos, pulgas, carrapatos, etc.). Provocam caroços avermelhados com muito prurido (comichão) e que podem ocorrer imediatamente após ou até 3 dias após a picada.

Insetos himenópteros (abelhas, vespas, etc.): Existem mais de 200 000 espécies de himenópteros e alguns deles são perigosos para as pessoas alérgicas ao seu veneno podem provocar reações graves (anafilaxia) que é potencialmente mortal

Os medicamentos

Os antibióticos, em particular os beta-lactâmicos, são os principais, logo seguidos dos anti-inflamatórios não esteroides e os anestésicos (ou pré-anestésicos – miorelaxantes). Como para os alimentos, todos os medicamentos podem provocar alergia (IgE) ou ainda toxidermias (linfócitos T).

O ICA – Instituto Clínico de Alergologia possui uma história de 35 anos e mais de 20.000 já pessoas nos consultaram. Estamos sempre prontos para cumprir a nossa missão, aqui e em todo ao lado onde estiver quem precise. Agendar consulta.