Sabe-se que entre 400 e 500 milhões de pessoas sofrem de rinite alérgica (15 a 20%). Infelizmente, o diagnóstico desta doença continua a ser tardio (cerca de 45% das pessoas continuam a desconhecer que são alérgicas)
O número de pessoas alérgicas duplicou nos últimos 20 anos e calcula-se que em 2050, as doenças alérgicas atingirão 35 a 50% da população mundial.
O que é a rinite alérgica?
Rinite é uma inflamação da mucosa das fossas nasais numa resposta a uma situação considerada indesejável e que pode ser alérgica ou não.
Portanto nem todas rinites são alérgicas, embora elas representem a maioria dos casos.
No caso de uma rinite que tenha uma causa alérgica (rinite alérgica), o componente que desencadeia essa reação é chamado de alérgeno de que são exemplos os pólenes, fungos, ácaros, animais, etc.
Causas da rinite alérgica
Excluindo outras causas de rinite (rinites não alérgicas) a rinite alérgica é causada pela exposição a alérgenos que ao entrarem em contato com a mucosa nasal, ativam determinados mecanismos imunológicos, daí resultando a liberação de vários mediadores, sendo a histamina o principal e mais conhecido.
Principais sintomas da rinite alérgica
Os sintomas da rinite alérgica podem variar na sua frequência e na sua intensidade e que no seu conjunto incluem:
- Congestão (bloqueio) nasal: em consequência da inflamação da mucosa nasal que irá conduzir uma obstrução, mais ou menos grave, provocando dificuldade para respirar pelo nariz.
- Produção de muco (rinorreia): o aumento da produção de secreções nasais que podem correr pelo nariz pelo nariz e também posteriormente na garganta.
- Espirros e comichão (prurido nasal): sintomas que não são mais que um outro mecanismo de defesa para o nariz tentar eliminar o agente responsável.
- Conjuntivite (olhos lacrimejantes, com prurido e inflamados): ocorre conjuntamente em 50 a 60% dos casos de rinite alérgica – rinoconjuntivite.
- Sensação de ouvidos entupidos: Pode acontecer em consequência do bloqueio nasal.
Complicações
Uma das principais complicações é a sinusite – rinosinusite. Independente da causa da rinite não há sinusite sem se ter uma rinite.
A rinosinusite deve ser tratada rapidamente, pois as suas consequências são importantes e podem ser graves uma vez que essas infeções (infeção dos seios peri-nasais) irão atingir zonas de muita sensibilidade que se situam perto das meninges. Os sintomas como dores de cabeça, muitas vezes difíceis de controlar, a perca do olfato, um hálito desagradável, a persistência de uma tosse, etc. são por vezes muito limitativos a uma boa qualidade de vida. Por outro lado, levam a alterações da qualidade do sono que conduzirá a um cansaço persistente e alterações da qualidade da vigília e, portanto, das normais atividades quotidianas.
Importante também ter-se a noção que quem sofre de rinite alérgica tem um risco aumentado de desenvolver asma. Quem sofre de rinite alérgica tem um risco acrescido de ter asma. Cerca de 30% dos indivíduos com rinite também sofrem de asma.
Diagnóstico da rinite alérgica
Como em todas as doenças o diagnóstico deve ser feito por um médico, que muitas vezes precisa de ser um especialista, embora qualquer medico o possa realizar.
Depois do diagnóstico importa identificar os fatores desencadeantes, assim como de outros fatores que podem ser de agravamento dos sintomas (poluição, local de trabalho, profissão, alimentação, etc). Aqui a consulta com um especialista deve ser realizada.
Só após essa identificação podemos fazer um tratamento para a causa dos problemas.
O diagnóstico tem várias etapas e consequentemente vários procedimentos:
- História clínica: essencial e que ao ser feita por um especialista pode dar desde logo informações sobre a etiologia da rinite.
- Testes cutâneos de alergia: nestes testes são colocadas pequenas quantidades (1 gota) dos alérgenos suspeitos na pele e depois com pequena picada colocamos esse alérgeno em contacto com as células de pele para se observar a reação que a acontecer ocorrerá cerca de 20 minutos após.
- Exames complementares de diagnóstico: que são diversos dependendo da etiologia, da gravidade e das complicações existentes (análises de sangue, exame das secreções, exame detalhado do nariz, visualização das vias aéreas superiores, exames de imagens para avaliar alterações da anatomia do nariz e se existência de sinusite, função auditiva, avaliar compromissos respiratórios, estudos do sono, oculares, etc.).
Tratamento da rinite alérgica
O tratamento da rinite alérgica tem diferentes níveis:
A – Controlo dos sintomas e dar ao paciente naquele momento a melhor qualidade de vida, normalmente com recurso a:
- Anti-histamínicos: esses medicamentos bloqueiam a ação da histamina, reduzindo os sintomas de coceira, espirros e coriza nasal. Estão disponíveis em várias formas, como comprimidos, xaropes e sprays nasais.
- Medicamentos anti-inflamatórios: corticosteroides nasais podem ser prescritos para reduzir a inflamação da mucosa nasal. Esses medicamentos são aplicados diretamente no nariz e ajudam a reduzir o inchaço e a congestão nasal.
B – Uma vez identificada a causa, é desejável mais dois níveis de intervenção:
- Medidas de evicção de acordo com a(s) alergias existentes.
- Educação do paciente para aprender a identificar os fatores de risco e assim poder evitar agudizações
- Propor um tratamento para a combater a causa, ou causas da alergia.
- Escolha de um tratamento de fundo para que não aconteçam crises e que não sejam necessários tratamento por situações agudas, sendo igualmente preventivo das outras patologias que são complicações da rinite (sinusite, problemas auditivos, etc)
- Escolha de um tratamento de fundo para que não aconteçam agudizações e que seja igualmente preventivo das outras patologias que são complicações da rinite (sinusite, problemas auditivos, etc). Na grande maioria das vezes as vacinas antialérgicas (imunoterapia) têm indicação.
Conclusão
A rinite alérgica afeta uma grande percentagem da população, podendo reduzir muito a qualidade vida e condicionar outras patologias com vários tipos de repercussões que podem ser graves.
Claro que muitas vezes a toma de um anti-histamínico vai poder ajudar e melhorar a situação naquele momento, mas deve dedicar muito mais atenção e investimento caso sofra de rinite (não se trata de uma pequena “constipação”).
Alterações da qualidade do sono, e, portanto, também da vigília com cansaço permanente, sinusite, alterações auditivas, dificuldade de aprendizagem e na fala (crianças), etc., etc. podem ser evitadas se a sua rinite for identificada e estiver controlada.
Porque sabemos que todos querem uma resposta rápida, desenvolvemos no Instituto o “Check-Up” alergológico para que num único momento o paciente fará todos os exames para ter uma resposta sobre a existente de doença alérgica e quais as alergias que foram objetivadas e que com esses resultados pode depois consultar o seu médico, seja connosco ou levar esses resultados ao seu clinico.