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Tratamento da gripe: tudo o que deve saber e que pode fazer

A gripe sazonal, descrita desde a antiguidade, é uma infeção viral de carácter agudo, que ocorre nas regiões temperadas especialmente nos meses de Outono/Inverno, com maior incidência entre dezembro a março podendo ser causada por 3 tipos de vírus influenza (A, B e C) sendo que cada um tem diferentes subtipos.

A forte variabilidade genética do vírus é responsável pelas epidemias que têm ocorrido, nomeadamente pelas três pandemias que aconteceram durante o século XX: a gripe espanhola em 1918 (20 a 40 milhões de mortes) gripe asiática em 1957 (4 milhões de mortes) e a gripe de Hong Kong em 1968 (2 milhões de mortes).

A “OMS” aponta para 3 a 5 milhões de casos graves e 250 000 a 500 000 mortes por ano em todo o mundo. Os casos graves e as mortes acontecem principalmente nos grupos de risco.

1- Tratamento da Gripe: A Transmissão

O vírus da gripe (vírus influenza) é transmitido de uma pessoa a outra através das micro gotículas que se espalham como um aerossol quando se tosse ou se espirra em que as gotículas podem ir até 2 metros de distância.

A contaminação pode também acontecer através do contacto com uma superfície inerte contaminada (puxadores de portas, teclados, livros, papeis, etc.) bem como pelas secreções e fluidos orgânicos.

Após um período de incubação, surgem os primeiros sintomas entre 1 e 4 dias após a contaminação. A partir daí as pessoas contaminadas serão também veículos para espalharem a doença e assim permanecerão num período que vai desde 1 dia antes de se iniciarem os sintomas até 7 dias depois.

Ainda sobre a transmissão é importante saber que o vírus não se transmite através da água ou de alimentos e que o vírus apenas sobrevive algumas horas fora do organismo (2 a 8 horas) podendo, todavia, permanecer mais tempo quando o tempo é seco e frio.

2- Tratamento da Gripe: A Prevenção

Em média uma pessoa infetada pode infetar outras duas, pelo que conhecer o modo de transmissão é essencial para se dar início a uma atitude preventiva na luta “anti gripe”. Os locais “privilegiados” para a transmissão da doença são as escolas, casas de saúde e lares e centros de escritórios, ou seja, todos os locais fechados com maior densidade populacional.

Pelas formas de transmissão da doença, percebe-se a importância da lavagem das mãos para se poder evitar a transmissão.

A vacina da gripe e a vacina contra o pneumococo devem ser feitas. A vacina contra o pneumococo tem como finalidade prevenir as infeções secundárias à gripe.

A prevenção, através da vacina da gripe, é a melhor forma de combater a doença. O resultado de uma vacinação mostra, entre os saudáveis, uma proteção que atinge entre 70% a 90%. Já na população com> 65 anos, a vacinação, evita as complicações da doença em 60% dos casos e reduz o número de casos fatais em 80%.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda a vacinação a todos os que pertencem a grupos de risco: residentes em lares e residências, pessoas com mais de 65 anos, população com doenças crónicas (doenças respiratórias – incluindo asma), doenças cardiovasculares, renais, hepáticas, hematológicas, neurológicas, neuromusculares ou doenças metabólicas -incluindo diabetes), grávidas, profissionais da saúde e crianças dos 6 meses aos 2 anos.

Em caso de suspeita de ter contraído “gripe” não deve dirigir-se aos serviços de urgência e/ou outros serviços de saúde e assim evitar a contaminação de outras pessoas, utilizando as linhas de SOS que existentes para o efeito.

3- Tratamento da Gripe: Sintomas.

Uma vez infetado (período de incubação é de cerca de 2 dias) surgem os sintomas e que podem ser febre, tosse (normalmente seca), dores de cabeça, dores musculares, mal-estar geral, fadiga, dores de garganta, corrimento nasal e por vezes (mais na criança) diarreias e queixas gastrointestinais.

bacterianas como foi o caso da gripe espanhola, em que a maioria das mortes associadas era secundárias a infeções a pneumococos e a haemophilus.

4- Tratamento da Gripe: Uso de Medicamentos

Normalmente e sem recorrer a qualquer medicação, as pessoas atingidas recuperam e ficam bem ao fim de uma semana. Todavia, nos grupos de risco, a gripe pode causar doenças graves.

A utilização de antibióticos, ao contrário do que se aconselhava até há bem pouco tempo, é recomendada nas formas graves e prolongadas de gripe, pois as infeções bacterianas secundárias acontecem muito rapidamente.

Deve evitar-se a toma de aspirina que pode provocar uma outra doença (síndroma de Reye).

A utilização de corticoides em comprimidos ou injetáveis (formas não inaladas) está completamente contraindicado, exceto, mas formas inaladas nos doentes com doenças respiratórias obstrutivas como é o caso da asma.

Perante um caso benigno o uso de paracetamol e a hidratação (ingestão de líquidos) são as atitudes de primeira linha não esquecendo a obrigatoriedade de continuar a aplicar as medidas de higiene conhecidas e entre as quais uma boa e eficaz lavagem das mãos.

Se necessário, e sob aconselhamento médico, pode iniciar um tratamento antiviral, o qual deve ser iniciado nas primeiras 48 horas uma vez que o tempo entre o início dos sintomas e o início da medicação pode ser essencial no prognóstico.

Todos os médicos são confrontados com o pedido para “tratamentos para melhorar as defesas”. Na realidade a “falta de defesas” é uma situação rara e com várias origens. Na realidade a maioria das infeções (gripe ou não) não coincidem com uma situação de imunodeficiência (falta de defesas) por parte do hospedeiro, mas sim com uma maior virulência por parte dos microrganismos.

A identificação da etiologia duma eventual “falta de defesas” é obrigatória e caso exista deve ser empreendida uma estratégica terapêutica especifica, nunca se devendo ser dada nenhuma terapêutica para a “falta de defesas” sem se ter um diagnóstico exato.

5- Tratamento da Gripe: Se já estiver infetado

  • Fique em casa pelo menos 7 dias ou até 2 dias depois de já não ter febre.
  • Evite o contacto direto das mãos com a sua boca e nariz.
  • Se tossir coloque um lenço (preferível de papel) à frente da boca e coloque os lenços imediatamente num lixo que não fique ao acesso de outros.
  • Lave as mãos com frequência.
  • Não partilhe com outros o seu prato, comida ou talheres.
  • Lave a sua roupa a 60º C.
  • Pense em todas as formas de transmissão da doença (aperto de mãos, teclados de computadores, telefones, maçanetas de portas, etc.)

6- CONCLUSÃO

Após a instalação de um fator de desequilíbrio (como uma normal virose ou gripe), uns vastos números de alterações se iniciam (reação imunitária).

Entre essas alterações está a sonolência que tem como finalidade reduzir a necessidade de energia, a febre que irá colocar em funcionamento muitos mecanismos de defesa (nunca dê medicamentos para não se ter febre, apenas combata a febre se tiver mais de 38ºC (exceto em casos especiais como por exemplo o risco de convulsões).

Pense que o nosso genoma está feito para lutar contra as infeções com o menor dispêndio de energia possível, por isso se está doente e cansado, faça o que o seu corpo lhe pede.

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